Mário Carrascalão: " Prado não condiz com a vida do povo"

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Jornal Timor Post - Quarta - feira, 16 de Janeiro de 2013 - Tradução de TIMOR HAU NIAN DOBEN

O ex-vice-primeiro-ministro do IV Governo Constitucional, Mário Viegas Carrascalão, considera que os carros Prado (luxuosos), que o Estado comprou para os deputados, não condizem com as condições (de vida) do povo timorense.

Ele explicou que, o povo de Timor-Leste, 40 por cento vive na pobreza, isto demonstra que o Estado tem de ter vergonha de utilizar carros bastante luxuosos ao redor do povo.

"Eu penso que os carros não condizem com a nossa economia e com a condição social do povo", disse ontem aos jornalistas, no Hotel Timor.

Carrascalão informou que, os deputados precisam mesmo de facilidades para lhes auxiliarem na fiscalização nos distritos, mas, a questão está no nível destes carros com marcas de luxo, são necessários carros com condições para irem para as montanhas, mas não é preciso serem de luxo.

"Então, não é preciso comprar carros muito caros a um preço de US$ 63.000 cada para os deputados, mas na verdade podia-se comprar carros de US$20.000, estes podiam ser suficientes para facilitarem os trabalhos dos deputados durante cinco anos, o mais importante é que os carros possam viajar para todos os distritos", esclareceu Carrascalão.

Carrascalão urge ao Estado para dar uma garantia de crédito para os deputados, porque uns têm dinheiro e alguns vivem como o povo e não têm dinheiro, para que desta forma os deputados possam ter cuidado com os carros fornecidos pelo Estado.

"Eu penso que o Estado deveria fornecer estes carros aos deputados através de um crédito, durante cinco anos, todos os meses tem de se cortar nos seus salários para descontarem o preço dos carros, se depois de cinco anos os deputados não pagaram na sua totalidade, eles têm de usar a garantia do carro para terem crédito no banco".

"Para além disso, o ex-governador do tempo da Indonésia esclareceu que, muitas vezes os deputados utilizam os carros de luxo, fornecidos pelo Estado, para transportarem madeiras e também as famílias, isto, na verdade, não pode acontecer por causa do povo, para se servir o povo, tem de ser também com dignidade.

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