quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"Parlamento Nacional não quer que Lere peça desculpas a Hércules"

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Jornal Independente - quarta-feira, 16 de janeiro de 2013 - Tradução de TIMOR HAU NIAN DOBEN

O Parlamento Nacional de Timor-Leste rejeitou a exigência ao major-general das FALINTIL-FDTL, Lere Anan Timur, de  pedir desculpas a um cidadão comum indonésio, como o Hércules. 

O comandante das F-FDTL, Lere, declarou que iria prender o homem timorense de nome Hércules, que é atualmente um cidadão indonésio, se ele visitar novamente Timor-Leste. 

Mas as suas declarações deram origem a uma grande controvérsia na Indonésia, com o membro do Conselho Central do Movimento Popular do Povo Novo da Indonésia (GRIB, sigla indonésia) lamentando as declarações feitas pelo major-general, Lere Anan Timur, em relação ao chefe da GRIB, Rosário Marçal (Hércules). 

 "Um chefe do exército, numa sociedade democrática, não deve fazer tais declarações que abertamente prejudicam organizações ou agências de outros países. O GRIB rejeita fortemente a declaração do Chefe do Exército, o major-general de Timor-Leste Lere Anan Timur, que acusou o presidente do GRIB de querer  intervir em Timor-Leste ", disse o vice-presidente do GRIB, Ghazaly Ama La, após terem sido conhecidos os detalhes das declarações, no domingo (01/13/2013). 

Ghazali acrescentou que o GRIB considera a acusação feita por Lere, de que Hércules estava na posse de uma arma de fogo quando ele entrou em Timor-Leste, é infundada. Esta acusação lesa uma organização que faz parte do Estado indonésio. 

"Para nós, as declarações do general Lere, são altamente tendenciosas, pois a maioria do povo timorense e a maioria dos cidadãos de Timor-Leste, que foi no passado uma parte da Indonésia, têm orgulho dele", disse ele. 

A declaração do general Lere de rejeição dos cidadãos pró integração, que regressam a Timor-Leste é também para refletir a atitude dos militares que não apoiam a unidade nacional, como é esperado pela Organização das Nações Unidas (ONU). 

"Pedimos para quando o Hércules entrar em Timor-Leste, que a Constituição e as leis do pais sejam respeitadas, e não para ameaçar e prender o nosso patrão, como o general Lere arrogantemente demonstrou com a sua atitude", disse Ghazali. 

Por conseguinte, o GRIB pediu ao major-general, Lere Anan Timur, para retirar a sua declaração e pedir desculpas a Hércules, porque eles consideram que o seu depoimento prejudicou também as relações entre as duas nações, e Timor-Leste tem também de pedir desculpas ao governo da Indonésia. 

No entanto, uma deputada da bancada da Fretilin, Josefa Pereira, disse que o major-general das F-FDTL, Lere Anan Timur, fez estas declarações porque ele está ciente da atual situação política dominante no país, e o seu impacto na segurança nacional. 

 "Eu acho que é muito relativo se ele deveria se desculpar ou não, mas quantas vezes os timorenses foram massacrados pelos indonésios no passado, mas a Indonésia ainda não fez um pedido formal de desculpas", disse ontem Josefa Pereira da Fretilin, no Parlamento Nacional. 

Da mesma forma, o deputado do Partido Democrático (PD), Virgílio Ornai, disse também que major-general não merece ser solicitado para pedir desculpas a um cidadão comum indonésio, como é o caso. 

"Desculpa, em que contexto? Isto não é em defesa de um grande líder de uma nação, como o Presidente da República, mas sim de um cidadão comum ", disse ontem Virgílio Ornai, no Parlamento Nacional. 

O deputado do Partido Democrático disse que, as pessoas não devem criar polémicas que possam prejudicar as relações futuras entre os dois países. 
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