sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Ramos-Horta mandou calar a oposição no caso Naktuka violando a Constituição, Fretilin já respondeu


Timor Hau Nian Doben

Em entrevista aos meios de  comunicação social em Díli,  o Presidente da República Ramos-Horta,  mandou calar a oposição e também “os grandes inteligentes” timorenses no caso Naktuka e pediu que deixem o “Maun Xanana” tratar deste assunto.

“Peço aos grandes inteligentes desta terra, eu vejo que protestam muito, façam o favor de deixar o Maun Xanana tratar deste assunto (Naktuka)”, pediu Horta.

O Chefe de Estado  disse que apoiava 100 por cento  a política deste governo, do primeiro-ministro e teceu elogios ao chefe de governo, Xanana Gusmão.

“Eu suporto a política deste governo, do primeiro-ministro e dou 100 por cento da minha confiança ao primeiro-ministro (...), ele é que é o negociador chefe (...), logo uma pessoa com o estatuto do Maun Xanana que podemos confiar”.

Ramos-Horta reiterou o seu apoio a Xanana e criticou a oposição pelas críticas que foram tecidas contra Gusmão no caso da negociação de Naktuka com a Indonésia. Horta mostra-se incrédulo pela forma como o primeiro-ministro foi criticado pela oposição.

“Nunca vi no mundo quando o negociador chefe vai negociar e a oposição começa a criticar o negociador chefe. Começam a falar à toa no Parlamento e em todos os locais. Eu continuo a apoiar incondicionalmente o chefe da negociação para encontrar uma solução para a demarcação definitiva da fronteira terrestre”, declarou.

O partido da oposição Fretilin já reagiu às críticas de Ramos-Horta lamentando as declarações do Chefe de Estado.O secretário-geral adjunto e também deputado da Fretilin, Antoninho Bianco,  lamentou que Horta tenha pedido à oposição para se calar no caso de Naktuka e afirmou que a Fretilin representa o povo e  que este partido não representa o Presidente nem o governo.

“ A Fretilin como oposição representa o povo (...) e o Presidente tem que ouvir as aspirações do povo e não as aspirações do governo (...) Naktuka não pertence ao povo de Oecussi, é território de Timor-Leste e a Fretilin tem o dever de defender a soberania de Timor-Leste e o povo de Naktuka”, declarou.

Antoninho Bianco respondeu ainda a Ramos-Horta que acusou a oposição de falar à toa dizendo que se calhar quem fala à toa é o Presidente da República.  

“A Fretilin apenas defende a soberania do país e não fala à toa, se calhar é o Presidente quem fala à toa”, disse.

Ramos-Horta ao mandar calar a oposição violou mais uma vez a Constituição da República de Timor-Leste, nomeadamente o artigo 70 número 2.

 Artigo 70.º 
(Partidos políticos e direito de oposição) 

2. É reconhecido aos partidos políticos o direito à oposição democrática, assim como o direito a serem informados, regular e diretamente, sobre o andamento dos principais assuntos de interesse nacional.

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