Zizi Pedruco
Outrora, Xanana Gusmão era chamado de Nelson Mandela da Ásia. Um herói da resistência, um símbolo de coragem e inspiração para o Povo Maubere.
Mas, como o tempo revela as verdadeiras faces, ele transformou-se num homem que nem ajuda nem ouve o seu próprio povo, caso dos professores que há dias tentam entregar-lhe uma petição e ele passa por eles a alta velocidade sem sequer parar para lhes escutar. Revelou-se um cobarde.
Hoje, o "grande líder" é o comandante supremo da corrupção e do compadrio, sempre pronto a esconder-se debaixo das saias daqueles que, no passado, não queriam a independência e lutavam pela integração, de mãos dadas com os generais que nos perseguiam e matavam.
O cobarde Xanana Gusmão tornou-se o líder da elite corrupta, os novos colonialistas que agora exploram o sublime e heróico Povo Maubere com a mesma voracidade dos antigos opressores.
E como todo bom príncipe maquiavélico, Xanana aprendeu bem as lições de Maquiavel. O clássico “O Príncipe” parece ser a sua cartilha sagrada. Ele governa como um estrategista frio, para quem manipulação e medo são ferramentas de poder, enquanto a elite ao seu redor saboreia os privilégios generosamente distribuídos, como cortesãos obedientes.
Mas Xanana não atua sozinho. Ele tem como parceiro fiel o lacaio do sistema, o Presidente da República, Ramos-Horta, aquele que deveria ser o guardião da Constituição, o garante do normal funcionamento das instituições democráticas, preferiu o conforto da cumplicidade.
Em vez de defender o povo e dissolver um governo que está a levar o país para o abismo, Horta tornou-se o fiel escudeiro do regime corrupto. Se tivesse tomates (como dizia o meu querido e saudoso amigo Mauk Moruk), há muito teria feito o que se espera de um verdadeiro estadista. Mas não. Escolheu o papel de cúmplice silencioso, garantindo que os interesses da elite permaneçam intocados, enquanto o povo continua a ser espezinhado, vivendo uma vida miserável e sofredora.
E que exemplo de coragem deu Xanana deu hoje! O corajoso líder que nunca teme o confronto, desde que esteja confortavelmente blindado atrás das janelas escuras do seu carro oficial. Enquanto os professores contratados, esses “ingratos” que ousam exigir condições de trabalho dignas, protestam pacificamente, Xanana mostra a sua habitual bravura, acelera para longe, sem olhar para trás.
Certamente, que ele tinha assuntos mais importantes a tratar. Talvez uma reunião estratégica sobre como aumentar ainda mais a distância entre o governo e os cidadãos comuns. Ou, quem sabe, um jantar exclusivo para debater as necessidades urgentes da elite tais como assaltar os cofres do Estado sem darem muitos nas vistas…
É verdadeiramente inspirador assistir a tamanha demonstração de liderança visionária. Quando a história de Timor-Leste for escrita, teremos de reservar um capítulo especial para este momento heróico, em que Xanana e Ramos- Horta mostraram ao mundo como se governa contra o povo, com janelas fechadas, seguranças por todos os lados, o pé no acelerador e uma total indiferença ao sofrimento de quem está do outro lado.
Com a maestria de dois verdadeiros carrascos, Xanana Gusmão e José Ramos-Horta não apenas governam, eles conduzem o Povo Maubere ao cadafalso. Não para libertá-lo, mas para sacrificá-lo em nome da sua própria sobrevivência política e dos interesses da elite que agora servem sem remorso.
Sim, Xanana Gusmão e Ramos- Horta já não são líderes, são os carrascos do povo.