Timor Hau Nian Doben
Fortes suspeitas envolvem Gregório Saldanha, Presidente da Autoridade Municipal de Díli (PAMD) e conhecido pelo nome de guerra Mouris, sobre uma possível resignação do cargo ainda hoje.
Informações apontam que ele apresentou oficialmente a carta de resignação, em protesto contra a política de despejos violentos em Díli. A decisão teria sido motivada por um profundo desacordo em como estes despejos foram realizados.
Em declarações a diversos órgãos de comunicação social timorenses Gregório Saldanha tem manifestado consistentemente a sua oposição às políticas de despejo aplicadas em Díli. Saldanha classifica essas ações como "uma grave violação dos Direitos Humanos" e ressalta que elas “comprometem a dignidade das pessoas afetadas”.
O deputado do CNRT, Natalino dos Santos, apelou a Gregório Saldanha para que não apresente a sua resignação, sublinhando que o governo ainda precisa do seu contributo para "libertar o povo da pobreza e da miséria".
"Este é o momento de libertar o povo, porquê que ele apresentou a carta de resignação? Como membro da resistência, sinto-me triste, porque agora é o tempo de trabalharmos juntos pela libertação do povo. Em democracia, este é um direito que lhe assiste (...), ele enfrenta desafios, o que é normal, mas, quer queiramos, quer não, o país ainda precisa dele", afirmou.
No Facebook, Gregório Saldanha tem recebido inúmeros elogios pela sua postura firme em defesa dos direitos da população mais vulnerável. A sua decisão de resignar, ao mesmo tempo que denuncia publicamente as injustiças contra o povo, tem sido vista como um ato de coragem, mesmo sob pressão interna.
"É melhor demitir-se do que cumprir ordens e trair os seus princípios de libertação do povo", escreveu um internauta.
Outro utilizador do Facebook felicitou Saldanha, afirmando que foi uma decisão acertada: "É melhor resignar do que tornar-se numa marionete do IX Governo e limitar-se a dizer sim. Quero demonstrar o meu respeito ao maun Giri (Gregório)."
Mouris, um dos organizadores e sobrevivente da manifestação pacífica que resultou no Massacre de Santa Cruz, foi condenado à prisão perpétua por um tribunal indonésio. Em março do ano passado, ele assumiu o cargo de Presidente da Autoridade Municipal de Díli.
Foto, Facebook.
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