Timor Hau Nian Doben em Português- Fonte STL em Tétum
Segundo o STL Longuinhos Monteiro, ex-ministro do Interior e atual diretor-geral do Serviço Nacional de Inteligência, foi transferido com urgência para o Hospital Harapan Kita, em Jacarta, devido a sérios problemas cardíacos. A transferência ocorreu há algumas semanas, a bordo de um voo fretado pelo Presidente Ramos-Horta, cujo custo totalizou 50 mil dólares*.
Maria Gorumali Barreto, presidente da Comissão F no Parlamento Nacional, explicou que não foi a Junta Médica quem autorizou a evacuação de Longuinhos Monteiro, mas uma decisão pessoal e direta do Presidente da República, José Ramos-Horta.
Segundo Barreto, foi o próprio chefe de Estado quem fretou o avião, sem qualquer envolvimento do Ministério da Saúde.
"Este paciente não recebeu tratamento especial em comparação com outros. Ele seguiu todos os procedimentos da Junta Médica, mas, devido à intervenção direta do Presidente da República, foi transferido imediatamente num voo charter, sob responsabilidade presidencial, sem a participação do Ministério da Saúde", afirmou Maria Barreto ao STL.
De acordo com os especialistas em cardiologia do Hospital Nacional Guido Valadares, o estado de saúde de Longuinhos Monteiro era grave, exigindo uma transferência urgente para o estrangeiro.
Maria Barreto também ressaltou que não sabe quem custeou a evacuação de Monteiro para a Indonésia, questionando se o Presidente da República utilizou recursos próprios ou públicos.
"Só Ramos-Horta pode esclarecer essa dúvida", acrescentou.
A intervenção direta e pessoal de Ramos-Horta tem gerado muitas questões, principalmente no que diz respeito à desigualdade no acesso aos cuidados de saúde, considerando que outros cidadãos timorenses em situação semelhante à de Longuinhos Monteiro podem não ter o mesmo tratamento.
Em entrevista ao STL, Constantino Ximenes "Nehek", veterano das FALINTIL, criticou essa situação e reforçou a necessidade de o governo garantir acesso a cuidados de saúde de qualidade para todos os timorenses.
“Não se pode privilegiar apenas os veteranos ou membros do governo. A saúde deve ser igual para todos", destacou "Nehek".
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