terça-feira, 26 de maio de 2015

Lere Anan Timur aceita cessar as operações contra Mauk Moruk mas não aprova que escape à justiça

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Timor Hau Nian Doben - 26 de maio de 2015

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas,  Lere Anan Timur, em declarações ao jornal Suara Timor Lorosae, afirmou que já recebeu a carta do antigo comandante das Falintil e líder do Conselho de Revolução do Povo Maubere (CRPM),  Mauk Moruk, e que está disposto a parar as operações do Comando de Operação Conjunta (COC) em Baucau.

Na missiva enviada ao chefe das Forças Armadas e que o Timor Hau Nian Doben teve também acesso, o líder do CPRM exigiu que cessassem todas as operações policiais e militares para o capturarem e ainda que fossem retiradas todas as acusações judiciais contra ele e os seus homens.

"O C.R.P.M. exige ao Governo ilegítimo, da Republica Democrática de Timor Leste que faça cessar todas as actividades ilegais praticadas pelos membros que constituem as forças envolvidas na Operação Conjunta, praticada em todo o país contra os militantes do CRPM, cujos ditatoriais procedimentos, nos avivam à memória, as miseráveis práticas da ocupação indonésia e vão contra os princípios da Constituição da Republica de Timor-Leste que no seu Artigo 147º (Polícia e Forças de Segurança), cita no nº1 – “ a polícia defende a legalidade democrática e garante a segurança interna dos cidadãos, sendo rigorosamente apartidária ” – cuja actuação e brutalidade actual, vai contra a lei e os direitos humanos. (...) Que as autoridades ilegais retirem as falsas acusações movidas contra os membros do CRPM e nomeadamente, ao seu líder Com. Brigada Mauk Moruk, inocentemente, perseguidos e colocados na prisão ou em residência fixa, onde são, vítimas de vexames, torturas, maus-tratos e que de imediato, sejam restituídos à Liberdade." 

Porém, Anan Timur não concorda que Mauk Moruk seja isento de comparecer perante o tribunal para responder pelos seus alegados "crimes".

"Eu estou a pensar nas duas opções que estão escritas na carta, o retirar a operação conjunta que é composta pela força policial e militar e também retirar o processo de Mauk Moruk no tribunal, mas a minha posição é: as forças militares e policiais podem ser retiradas, mas a justiça não pode ser retirada, porque se por acaso nós retirarmos também a justiça, isto pode ser um exemplo mau para o futuro, porque uma pessoa comete um crime e pede para ser retirada (a acusação), isto não vai acontecer", disse Lere Anan Timur.

O chefe do Estado-Maior avançou ainda que a sua opção seria o irmão mais velho de Mauk Moruk, Cornélio Gama, mais conhecido por L7, marcar com Mauk Moruk a data e o local para o COC o ir buscar, para assim ser levado para responder perante o tribunal. 

Mauk Moruk disse há dias ao Timor Hau Nian que não se irá render nem negociar se não estiverem reunidas as condições estipuladas na carta que mandou para o Presidente da República Taur Matan Ruak, para o chefe das Forças Armadas e ainda para Organizações Internacionais.

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