terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Timorenses impedidos de receber tratamento em hospitais indonésios devido a suspeitas de dívidas do governo

Timor Hau Nian Doben

A crise na saúde em Timor-Leste tem gerado grande preocupação. A rede hospitalar Siloam, na Indonésia, recusou-se a continuar a receber doentes timorenses, deixando muitos pacientes sem alternativas para tratamento médico adequado.

Carlos Carvalho Guterres, Diretor Nacional dos Apoios Hospitalares do Ministério da Saúde, confirmou que a Siloam deixou de aceitar pacientes de Timor-Leste. 

"A rede hospitalar Siloam deixou de receber pacientes de referência. Por isso, estamos a fazer um esforço para encaminhar os doentes para a Malásia", revelou em conversa telefónica à agência de notícias Tatoli.

Fontes da mesma agência indicam que esta decisão pode estar relacionada com as dívidas do governo timorense para com hospitais estrangeiros. O próprio diretor admitiu que as dívidas aos hospitais internacionais ascendem a nove milhões de dólares.

O governo afirma estar a procurar alternativas para os doentes, mas a situação nos hospitais é preocupante. Pacientes enfrentam dificuldades devido à falta de equipamentos, medicamentos e tratamentos especializados. O Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) está a abarrotar , e os doentes atualmente em tratamento nos hospitais da rede  Siloam terão de ser avaliados por uma junta médica antes de se decidir para onde eles serão  transferidos.

No mês de janeiro, foram registadas 600 mortes em 48 horas no hospital da capital, uma situação alarmante. A direção do HNGV admitiu também que as mortes registadas em 2024  estão acima dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde.

O governo de Xanana Gusmão e a ministra da Saúde, Élia Amaral, têm sido criticados pela forma como gerem o Ministério da Saúde. Enquanto a população enfrenta dificuldades no acesso a serviços de saúde, alguns membros da elite timorense são enviados para tratamento no estrangeiro muito rapidamente.

Um dos casos recentes envolve Longuinhos Monteiro, chefe da secreta timorense, que foi retirado do país num avião fretado pelo Chefe de Estado, Ramos-Horta, equipado com médicos e tecnologia de ponta. 

"A nós, deixam-nos morrer, os grandes, os amigos e as famílias deles são imediatamente evacuados para o estrangeiro para serem salvos", disse um leitor deste blogue.

O Presidente da República justificou que os custos da evacuação médica e os tratamentos de Longuinhos Monteiro  foram cobertos por amigos dele (de Horta), mas a explicação gerou desconfiança e indignação entre a população. 

A crise na saúde pública de Timor-Leste continua a gerar debate e preocupação, com muitos a questionar a falta de investimentos na melhoria do sistema de saúde para toda a população.

Fonte, Tatoli.

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