segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ESPERANÇA

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Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano 
Vive uma louca chamada Esperança 
E ela pensa que quando todas as sirenas 
Todas as buzinas 
Todos os reco-recos tocarem 
Atira-se 
— ó delicioso vôo! 
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada, 
Outra vez criança... 
E em torno dela indagará o povo: 
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes? 
E ela lhes dirá 
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!) 
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam: 
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética".
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