quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Dois detidos em investigação anticorrupção em Díli, ligada a atual membro do Governo


Díli, 12 out 2022 (Lusa) - Duas pessoas foram hoje detidas em rusgas no Palácio do Governo em Díli e numa empresa na capital no âmbito de uma investigação da Comissão Anticorrupção (CAC) relacionada com alegado crime de favorecimento na compra de descodificadores de televisão.

Equipas da CAC detiveram no Palácio do Governo um assessor do atual ministro de Assuntos Parlamentares e Comunicação Social (MAPCS), Francisco Martins Jerónimo, e uma empresária que foi secretária do governante no seu outro cargo, presidente da Federação de Futebol de Timor-Leste (FFTL).

As equipas, que tinham consigo mandados de busca e apreensão, recolheram documentação e outro material, com rusgas tanto no Palácio do Governo como na sede da empresa e ainda na sede da FFTL.

Os suspeitos foram transportados para a sede do CAC que está a investigar o caso, alegadamente responsável por prejuízos para o Estado de valor total ainda não determinado.

Em causa está uma investigação que se arrasta desde 2021 e que se relaciona com suspeitas de abuso de poder e favorecimento relativamente a um contrato que o ministro assinou com a empresa Dili Eternal Innovation Information para a compra de descodificadores terrestre para acesso ao sinal do Rádio e Televisão de Timor-Leste (RTTL).

A investigação indicia que o MAPCS terá favorecido a sua então secretária na presidência da FFTL, atribuindo-lhe um contrato no valor de quase 900 mil dólares.

Em declarações à Lusa Francisco Martins Jerónimo recusou-se a comentar as detenções de hoje, acusando os agentes da CAC de atuar “com falta de ética” e rejeitando qualquer acusação sobre o crime.

“São acusações falsas. Não houve qualquer favorecimento ou abuso de poder. As regras, leis e regulamentos de aprovisionamento foram seguidas com normalidade”, disse à Lusa.

“Não tenho comentários sobre as detenções de hoje. Estou a acompanhar o caso para perceber o que se passa. Se a CAC tem evidências, vamos então ver. Mas o que demonstraram hoje foi falta de ética”, disse.

À semelhança do que tem acontecido repetidamente em Timor-Leste, as operações de hoje foram registadas por jornalistas timorenses, informados atempadamente da operação.

ASP // MAG

Lusa/Fim

Foto, CNRT Media Center

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