quarta-feira, 7 de agosto de 2013

TIMOR-LESTE : aprender ou desaprender?

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MARI ALKATIRI - Facebook

A política em TIMOR-LESTE é cada vez mais equacionada em função da imunidade dos governantes. Os políticos usam e abusam do seu poder porque acreditam na sua impunidade. O poder cria instituições hoje e desacredita-as amanhã. E assim vamos continuando.

A questão da qualidade da governação, da necessidade de prestação de serviços, da melhoria do desempenho na implementação dos planos se confundem com a maquilhagem permanente que tem sido a pratica dos membros do governo a fazerem a promoção da sua imagem através dos ecrãs de televisão, dos jornais e de grandes posters afixados nos locais estratégicos das cidades e vilas com a suas caras retocadas e os seus pesos cada vez mais pesados a rebentarem quase com os botões dos casacos.

Outros mais demagógicos continuam a cobrir-se com capas de ativistas porque dizem não estar habituados a fatos e gravatas, mas que rapidamente se habituaram a grandes viaturas, de preferência de vidros muito escuros.

De 2007 a 2012 o povo foi-se habituando a um Governo cuja legitimidade nada tinha a ver com o respeito pelo sentido do voto. Pois, representava simplesmente o somatório de votos vencidos. Mas diziam-se legítimos. Eu até teria admitido. que, na prática, acabaram por converter o somatório das ilegitimidades numa legitimidade, se cinco aos depois tivessem podido mostrar um desempenho positivo ao serviço do povo. Na verdade, não só não foram capazes de provar isso, como acabaram por fazer precisamente o contrário - desagregaram a administração pública, em nome de uma pretensa reforma, esbanjaram o erário público através de uma gestão financeira e orçamental descontrolada, reduziram o sistema de aprovisionamento a um mecanismo de apoio social e de clientelismo, adquiriram serviços e bem sobrefaturados, transformaram o Estado num grande quiosque de venda a retalho.

Com base nos resultados eleitorais de 2012 e, aceitando como válidos estes mesmos resultados, a candidatura de XG como Primeiro-Ministro era inquestionável. Pois, ao seu Partido que adotou a sua imagem de Comandante das FALINTIL, fardado e de boinas vermelhas, tinha sido adjudicado o maior número de votos e de assentos no Parlamento Nacional. Por isso, interpretando corretamente a Constituição, sem necessidade da intervenção duvidosa de constitucionalistas de outras paragens, Xanana e o seu Partido tinham a legitimidade de tomar iniciativas para formar governo. Tecnicamente, todos àqueles que a eles se juntaram não podem reclamar que gozam da mesma legitimidade. Para eles, a legitimidade deve ser conquistada com a implementação do programa do Governo, a prestação de serviços no sentido de cumprir com os compromissos deste mesmo programa.

Na verdade aqui está a questão. Fizeram isso mesmo? Ou se colocaram à sombra de XG reclamando legitimidade que não têm?

O povo é a fonte de todas as legitimidades. Hoje confere, amanhã pode retirar. Hoje admite, amanhã também terá o direito de recusar.

Escudando-se numa aliança disfuncional para afirmar que a sociedade nada tem a ver com a saúde precária da mesma aliança só demonstra arrogância próprio de quem não quer aprender, mesmo depois de seis anos consecutivos de fracassos, de quem mais se preocupa com o seu estatuto de impunidade do que com a vida do povo.

Remodelação ou não, é prerrogativa do PM. Mas não há dúvida que precisamos de um Governo que melhor possa servir o povo, um Governo organizado em torno do PM e com capacidade e competência para adotar e executar os Plano Anuais e o Plano Quinquenal rumo a uma política programática coerente de desenvolvimento sustentável a médio e logo prazos.

O V Governo, na continuidade do IV, viu-se esgotado no seu modelo, manietado no sistema criado, ultrapassado nos seus métodos, traído pelas suas próprias de grandes ambições.

É tempo de corrigir para melhor servir. Já não há lugar para um Governo com todas estas fraquezas. Precisamos de um novo Governo - do VI Governo. Pode até ser um Governo minoritário do CNRT. SE FOR MELHOR, A FRETILIN CONTINUARA A GARANTIR O APOIO NO PARLAMENTO.

Dito isso posso afirmar que não acredito que venha a acontecer alguma remodelação. O máximo será uma evolução na continuidade. Espero estar enganado. Abraços.
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